Queda do preço das casas em Portugal é “improvável”, diz Bruxelas

Comissão Europeia (CE) prevê que preços da habitação continuem a crescer, mas a um ritmo inferior. Oferta é escassa.
30 mai 2023 min de leitura

Os preços das casas em Portugal continuam em alta, perante a escassez da oferta, e assim deverão continuar, segundo a Comissão Europeia (CE). Num relatório recente sobre o país, Bruxelas diz que um cenário de possível quebra de preços é “improvável”, admitindo, ainda assim, um crescimento “moderado” daqui para frente.

“Prevê-se que os preços da habitação em Portugal continuem a crescer, mas a um ritmo inferior, sendo improvável uma redução acentuada dos preços da habitação”, lê-se no relatório analítico sobre Portugal. Bruxelas espera um “crescimento dos preços das casas moderado daqui para frente, já que as taxas de juros estão em alta”.

Além disso, no documento de avaliação sobre o país, a CE salienta que “continuarão a existir restrições à oferta que reduzem a margem para uma redução substancial dos preços", nomeadamente "num contexto de forte procura de imóveis por parte de investidores estrangeiros".

"Na última década, em Portugal, os preços das casas duplicaram em termos nominais, tendo nos últimos três anos, 2020 a 2022, registado um aumento de 34%", escreve a Comissão. Só em 2022, "os preços subiram cerca de 13%".

A instituição nota, ainda assim, que “foram tomadas medidas em resposta à evolução recente dos preços da habitação”. Destaca, nesse âmbito, as medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco de Portugal (BdP), que pretende reduzir a maturidade média dos créditos habitação para 30 anos, e ainda o programa Mais Habitação anunciado pelo Governo.

Imobiliário é ameaça, mas há fatores "atenuantes"

Bruxelas reconhece que o mercado imobiliário e as suas implicações para a estabilidade financeira “continuam a ser uma área de preocupação”, dado que “90% das hipotecas em Portugal são de taxa variável”, e a subida da Euribor “pode aumentar substancialmente as prestações mensais dos empréstimos” e deixar as famílias sobre “stress financeiro”.

A Comissão diz ainda que "a percentagem de pessoas sobrecarregadas com custos de habitação também aumentou, num quadro em que a oferta de habitação social e a preços acessíveis continua a ser insuficiente".

No entanto, “existem alguns fatores atenuantes”, segundo a CE. Por exemplo, a proporção do rendimento disponível necessária para cobrir o pagamento mensal médio da prestação da casa em Portugal, que “ainda é suportável para a maioria das famílias e abaixo do nível observado há uma década”.

Além disso, “as medidas macroprudenciais adotadas no terceiro trimestre de 2018 pelo Banco de Portugal aumentaram a resiliência das famílias e, por sua vez, aumentou a resiliência do sistema bancário”.

Fonte: Idealista

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